sexta-feira, 23 de março de 2012

Doutrina Social da Igreja

Madre Teresa de Caucultá
A doutrina social da Igreja “situa-se no cruzamento da vida e da consciência cristã com as situações do mundo e exprime-se nos esforços que indivíduos, famílias, agentes culturais e sociais, políticos e homens de Estado realizam para lhe dar forma e aplicação na história” (João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 59).

O que é isto?

A Igreja tendo conhecimento da Verdade de Cristo, seus ensinamentos e a dignidade e valor de cada pessoa, intervém na sociedade para que esta continue seu crescimento e progresso de forma coerente com a vontade de Nosso Senhor, utilizando-se da chamada Doutrina Social da Igreja.

Que podemos definir resumidamente como o esforço da Santa Igreja de levar os ensinamentos de Cristo à nossa sociedade.

Quando a Igreja faz isso?

Ela intervém nas questões sociais onde há injustiças, miséria, incoerências, violência, opressões e questões complicadas que se mal analisadas podem vir a causar graves danos à sociedade.

Resumidamente, ela intervém quando há necessidade de formar a consciência e discernimento das pessoas segundo à verdade sobre algum problema ou situação social.

Ela substitui o modo de governo atual?

De maneira alguma, ela vem para complementar e visar o bem da sociedade, auxiliando estas formas de governo à garantir a dignidade humana e o bem social comum.

Nosso pais é democrático e em sua maioria cristão (assim como muitas de nossas leis), sendo assim torna-se menos clara essa diferença entre ajudar o modo de governo e substituir o governo (pois nosso governo já tem uma fundamentação cristã que não foi imposta pela Igreja, mas aceitou muitos do valores da mesma), mas basta vermos a atuação da Igreja em países como a China, Índia, países africanos e muçulmanos para percebermos que a Igreja intervém para o bem, respeitando os modos de governo e a cultura do país.

Como a Igreja faz isso?

Ela interpreta a realidade social e a examina conforme o Evangelho anuncado por Jesus Cristo. Visa principalmente orientar os cristãos no campo social, porém muitas coisas podem se extender a não-cristãos, como o exercício da caridade, da justiça e o respeito à dignidade humana.

Com isso a Igreja nos apresenta reflexões, critérios de juízo, normas e orientações para a ação na sociedade diante aos problemas, dificuldades e complicações da mesma.

Quais seriam os campos da sociedade onde a Doutrina Social da Igreja se aplica?

Citemos alguns principais:
  • Os direitos humanos 
  • O bem comum 
  • A vida social 
  • O desenvolvimento 
  • A justiça 
  • A família 
  • O trabalho 
  • A economia 
  • A política 
  • A comunidade internacional 
  • O meio ambiente 
  • A paz

Quer a Igreja ditar como a sociedade deve funcionar?

Não, ao contrário, ela quer apenas orientar onde a sociedade deve melhorar e onde a sociedade está se afastando da dignidade humana e da Verdade de Cristo.

O que é que se opõe à doutrina social da Igreja?

Opõem-se à doutrina social da Igreja os sistemas econômicos e sociais que sacrificam os direitos fundamentais das pessoas ou que fazem do lucro a sua regra exclusiva ou o seu fim último. Por isso, a Igreja rejeita as ideologias associadas, nos tempos modernos, ao «comunismo» ou às formas ateias e totalitárias de «socialismo». Rejeita, além disso, na prática do «capitalismo», o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano.

Mas onde a Igreja fez isso na história?

  • Leão XIII (1878-1903) denunciou as condições miseráveis em que vivia a classe operária, protagonista da revolução industrial.
  • Pio XI (1922-1939) aborda o difícil tema do totalitarismo, encontrado nos regimes fascista, comunista, socialista e nazista.
  • Pio XII (1939-1958) em seus numerosos discursos há uma imensa variedade de ensinamentos políticos, jurídicos, sociais e econômicos.
  • João XXIII (1958-1963) abre a doutrina social “a todos os homens de boa vontade” e, assim, a questão social se torna um tema universal que afeta e é responsabilidade de todos os homens e povos.
  • O Concílio Vaticano II sublinha o rosto de uma Igreja realmente solidária com o gênero humano e sua história e também enfatiza o direito à liberdade religiosa (evitando perseguições e guerras por causa da religião como ocorre em muitos países do oriente médio).
  • Paulo VI (1963-1978) afirma que o desenvolvimento “é o novo nome da paz” entre os povos e criou Pontifício Conselho “Justiça e Paz”.
  • João Paulo II (1978-2005) compromete-se na difusão do ensinamento social em todos os continentes.
  • Bento XVI (2005) defende o desenvolvimento integral da pessoa pautado na caridade e na verdade.
Não podemos nos esquecer que sermos cristãos é, além de amar a Deus sobre todas as coisas, amar o próximo como a si mesmo, e portanto para sermos cristãos autênticos se faz necessário que participemos da sociedade e intervenhamos nela conforme necessário para transmitir esse amor à Deus e ao próximo.

Saiba Mais

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